quinta-feira, 13 de março de 2008

Batuque
Batuque é porventura, a forma de música tradicional que mais define as nossas raízes. Segundo a definição de vários autores e estudiosos, o Batuque começa com um canto, que se chama Finaçon. Também pode haver uma introdução pela Cimboa – este, um instrumento característico de Cabo Verde, que é o atestado do nosso parentesco em primeiro grau com a Cultura da Costa Ocidental da África.
Hoje, Batuque, Finaçon e Cimboa estão em vias de extinção. Do Finaçon, apenas nos restaram os ecos do que era, pelas vozes e improvisações de Bibinha Cabral e Nácia Gomes. Felizmente o Tomé (Varela) fez a recolha na hora certa. O último genuíno tocador de Cimboa já morreu! E este instrumento passou a ser uma peça decorativa de salas de visita, onde recorda uma longínqua ligação com a mãe África.
O Batuque Cabo-verdiano é característico e específico do Arquipélago. Embora parecido com outras formas musicais do continente africano, tem a sua linha própria. Em comum, com as formas homólogas do continente tem: o lançamento do tema musical, seguido de improvisação colectiva, às vezes com o solista em destaque e momentos de êxtase profundo. Uma curiosidade: essa característica africana, de apresentação do tema seguido de improviso (muitas vezes colectivo), perdura ainda hoje na música negra norte-americana. Esta é a característica fundamental do Jazz! (Dif. B.D.C.V. 25.MAR.87).

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